Em análise sintática, o sujeito é um dos termos essenciais da oração, responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado.
Segundo uma tradição iniciada por Aristóteles, toda oração pode ser dividida em dois constituintes principais: o sujeito e o predicado. Em português, o sujeito rege a terminação verbal em número e pessoa e é marcado pelo caso reto quando são usados os pronomes pessoais. As regras de regência do sujeito sobre o verbo são denominadas concordância verbal. Na frase, Nós vamos ao teatro.vamos é uma forma do verbo "ir" da primeira pessoa do plural que concorda com o sujeito nós.
Para os verbos que denotam ação, frequentemente o sujeito da voz ativa é o constituinte da oração que designa o ser que pratica a ação e o da voz passiva é o que sofre suas consequências. Sob outra tradição, o sujeito (psicológico) é o constituinte do qual se diz alguma coisa. Segundo Bechara, "É o termo da oração que indica a pessoa ou a coisa de que afirmamos ou negamos uma ação ou qualidade".
Exemplos
- O pássaro voa. - Os pássaros voam.
- O menino brinca. - Os meninos brincam.
- Pedro saiu cedo. - Os jovens saíram.
- O livro é bom. - Os livros são bons.
- A menina é bonita. - As meninas são bonitas.
- O carro estragou. - Os carros estragaram.
Didaticamente, fazemos uma pergunta para o verbo: Quem é que? ou Que é que? ― e teremos a resposta; esta resposta será o sujeito.O sujeito simples tem um núcleo.
- "O menino brinca." Quem é que brinca? O menino. Logo, o menino é o sujeito da frase.
- "O livro é bom." O que é que é bom? O livro. Logo, o livro é o sujeito da frase.
Um jeito de diferenciá-lo de objeto é o seguinte:
- "João come maçã"
- "Quem come maçã?" - Perceba que o verbo vem primeiro.
- "João" - Sujeito, por causa da ordem.
- "O que João come?" - Perceba o predicado vem depois.
- "Maçã" - Objeto, por causa da ordem.
Lembre-se: Sempre que te pedirem para indicar o sujeito é só fazer uma perguntinha básica: "Quem?" e você terá o sujeito na resposta. Lana Santin
Por exemplo: "A empresa fornecia comida aos trabalhadores", Agora façamos a pergunta - "Quem fornecia comida aos trabalhadores?" - A empresa. Portanto a empresa é o sujeito.
Tipos de sujeito
O sujeito pode ser, segundo a Gramática Portuguesa, classificado como simples, composto e nulo. Este último pode dividir-se em nulo indeterminado, nulo subentendido ou nulo explectivo.
Sujeito simples
É o sujeito, que têm apenas um núcleo representativo. Quando acrescenta mais de um núcleo, torna-o composto. Exemplos de sujeito simples.
Ele é um garoto belo. Quem é um garoto belo? ELE.
João se assustou, ao ver aquela criatura estranha. Quem se assustou ao ver aquela criatura estranha? João.
O verbo sempre concorda com o sujeito, seja ele anteposto ou posposto.
Sujeito composto
É aquele que apresenta mais de um núcleo representativo, escrito na oração.
- Luana e Carla fizeram compras no sábado.
- Felipe e o amigo Bruno sairam para almoçar.
O sujeito também pode vir depois do verbo:
- Saíram ,Bruno e Felipe.
- Saiu Bruno e Felipe.
Note que, no segundo caso, o verbo "saiu" concorda com o sujeito "Bruno", mais próximo a ele. Isso é permitido apenas quando o sujeito composto está posposto ao verbo; chama-se concordância atrativa.
Sujeito nulo subentendido
Sujeito desinencial é aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
- Fechei a porta.
- Quem fechou a porta?
- Eu fechei a porta.
- Perguntaste mesmo isso a professora?
- Obs: Não confundir Vocativo (expressão de chamamento) com sujeito. Exemplo:
-
- Querido aluno, leia sempre! (sujeito oculto: "você"- Leia "você" sempre)
- Querido candidato, fico feliz com seu sucesso! (sujeito oculto "eu" - "eu" fico feliz com seu sucesso)
Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identificado na oração: Fechei a porta Eu. E na frase Perguntaste mesmo isso ao professor?, o identificado é Tu. Entretanto, cuidado para não criar confusão com a segunda frase, que pode passar a ideia de elipse do sujeito ou sua indeterminação; pois o sujeito simples está explícito e é o pronome interrogativo Quem.
Obs.: As classificações do sujeito, em Língua Portuguesa, são apenas três: simples, composto e indeterminado.
Dar o nome de Sujeito desinencial, elíptico ou implícito não equivale a classificar o sujeito, mas somente determinar a forma como o sujeito simples se apresenta dentro da estrutura sintática. No mais, a classificação Sujeito Oculto foi abolida, por questões técnico-formais e linguistico-gramaticais, passando a denominar-se Sujeito Simples Desinencial, uma vez que se pode determiná-lo através dos morfemas lexicais terminativos das formas verbais, situação na qual, para indicar que o sujeito se encontra elíptico usa a forma pronominal reta equivalente à pessoa verbal entre parênteses. Assim, na estrutura sintática: "Choramos todos os dias", para indicar o sujeito simples subentendido na forma verbal, coloca-se entre parênteses da seguinte forma: (Nós)= sujeito simples desinencial.
Conforme a NGB - Nomenclatura Gramatical Brasileira - e o entendimentos de notórios pesquisadores, estudiosos, doutrinadores, linguistas e conceituados gramáticos, não se pode falar que o sujeito desinencial, elíptico ou implícito seja classificado como sujeito. Na verdade, essa classificação simplesmente não existe. O que se costumou denominar-se de sujeito desinencial é, em verdade, sujeito simples, nome consagrado pela NGB. Em frase como: "Saímos pela manhã.", o que há é o sujeito simples (subentendido, elíptico, desinencial, implícito) "NÓS". Assim, ensina o Professor Cláudio Firmo: classifica-se o sujeito como simples, composto e indeterminado; quanto à denominada oração sem sujeito, embora elencada no rol classificatório da NGB, trata-se de um equívoco, pois se está falando de uma estrutura desprovida de sujeito, como sugere o próprio nome: Oração sem sujeito.
Sujeito nulo indeterminado
Sujeito indeterminado é o que não se nomeia ou por não se querer ou por não se saber fazê-lo. Podemos dizer que o sujeito é indeterminado quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação ou por não haver interesse no seu conhecimento. Aparecerá a ação, mas não há como dizer quem a pratica ou praticou.
Há três maneiras de identificar um sujeito indeterminado:
a. O verbo se encontra na 3ª pessoa do plural.
- Dizem que eles não vão bem.
- Estão chamando o rapaz.
- Falam de tudo e de todos.
- Falaram por aí.
- Disseram que ele morreu.
b. Com um Verbo Transitivo Indireto, somente na terceira pessoa do singular, mais a partícula se.
- Precisa-se de livros. (Quem precisa, precisa de alguma coisa → verbo transitivo indireto)
- Necessita-se de amigos. (Quem necessita, necessita de alguma coisa → verbo transitivo indireto)
A palavra se é um índice de indeterminação do sujeito, pois não se pode dizer quem precisa ou quem necessita.
Cuidado! Caso você encontre frases com Verbo Transitivo Direto:
- Compram-se carros. (Quem compra, compra alguma coisa → verbo transitivo direto)
- Vende-se casa. (Quem vende, vende alguma coisa → verbo transitivo direto)
Não se caracteriza sujeito indeterminado, pois nos casos de VTD, a partícula "se" exerce a função de partícula apassivadora e a frase se encontra na voz passiva sintética. Transpondo as frases para a voz passiva analítica, teremos:
- Carros são comprados (sujeito: "Carros");
- Casa é vendida (sujeito: "Casa").
c. Com um Verbo Intransitivo, somente na terceira pessoa do singular, mais a palavra se, índice de indeterminação do sujeito.
- Vive-se feliz, aqui.
- Aqui se dorme muito bem.
Orações nulo explectivo
Observação: Dar o nome de Oração sem sujeito' (OSS) não se constitui, formalmente, da classificação do sujeito, mas da oração enquanto estrutura linguística desprovida de sujeito.
Há verbos que não possuem sujeito, porque nulo. A língua desconhece a existência de sujeito de tais verbos. Uma oração é sem sujeito quando o verbo está na terceira pessoa do singular, sobretudo os seguintes:
1. Com os verbos que indicam fenômenos da natureza, tais como anoitecer, trovejar, nevar, escurecer, chover, relampejar, ventar
- Trovejou muito.
- Neva no sul do país.
- Anoitece tarde no verão.
- Chove muito no Amazonas.
- Ventou bastante ontem em Vila Velha no Espirito Santo.
2. Com o verbo haver, significando existir ou acontecer.
- Ainda há amigos.
- Haverá aulas amanhã.
- Há bons livros na livraria.
- Há gente ali.
- Há homens no mar.
- Houve um grave incidente no meu apartamento.
3. Com os verbos fazer, haver e estar indicando tempo.
- Está quente esta noite.
- Faz dez anos que não o vejo.
- Faz calor terrível no verão.
- Está na hora do recreio.
4. Com o verbo ser indicando tempo.
- Era em Londres.
- É tarde.
- Era uma vez.
- Foi em janeiro.
5. Com os verbos ir, vir e passar indicando tempo.
- Já passa de um ano….
- Já passa das cinco horas.
Observação importante: existem advérbios que exercem claramente a função sintática de sujeito, a qual é própria de substantivos.
- Amanhã é feriado nacional. (O dia de amanhã…)
- Aqui já é Vitória (Este lugar…)
- Hoje é dia de festa. (O dia de hoje…)
- Agora já é noite avançada. (Esta hora…)
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